O texto foi reprovado na casa por 47 votos contra e 27 a favor
Apesar do descaso do governo federal com os trabalhadores brasileiros, os senadores impuseram derrota à MP 1045, votada na casa nesta terça-feira (01). A Medida Provisória promovia uma minirreforma trabalhista e cortava diversos direitos dos trabalhadores, tornando ainda mais precárias as condições de quem já trabalha muito e ganha pouco, insuficiente até mesmo para pagar todas as contas. Não bastasse o custo de vida Brasil galopante, os ministros Paulo Guedes (Economia) e Onyx Lorenzone (Trabalho e Emprego) ainda queriam garantir que o patronato ficasse mais desobrigado sobre a remuneração dos funcionários.
A votação foi reprovada por 47 votos contrários à minirrefora, contra 27 a favor. Os representantes públicos que votaram a favor disseram concordar em criar contratos de trabalho sem direito ao FGTS, ao décimo terceiro salário, às horas extras. Foram a favor de tirar o direito do regime especial de horas, inerente a algumas profissões como radialista e jornalista. Estas são profissões de extrema importância social, de alto desgaste físico, mental e emocional para quem executa, que exige horas de dedicação fora das horas oficiais de trabalho, com leitura e estudo, além de que já mal remunerada, em sua maioria, mesmo com o regime especial de horas, imagine sem.
Por fim, a pior situação: os senadores que votaram a favor da MP concordaram com a redução da fiscalização das condições de trabalho por parte do Ministério Público do Trabalho. Foram assim, a favor do trabalho análogo ao escravo. Por mais que esta batalha tenha sido vencida, é necessário saber quem são os representantes que votam a favor ou contra o povo. Ter consciência do trabalho dos eleitos em Brasília é o melhor meio de garantir que ao menos os direitos já adquiridos não sejam feridos, esquecidos ou retirados.